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I Like That

The end #

- Ps: É apenas uma história criada por mim, fictícia, de um rapaz ferido escrevendo para a sua amada # Nada relacionado a mim. 


- Acho que você não entende os sacrifícios que eu já fiz. Talvez se você, sua vadia, tivesse agido corretamente, eu teria ficado contigo. Mas eu desperdicei metade da minha vida, sabendo que, eu teria me deitado, que eu teria morrido por você. Agora nem choro por você. Chega de sofrimento, você não me deu valor, roubou meu coração e mandou ele direto para terra, direto para a sujeira. Chega um momento, que é insuportável, e o que eu sempre quis dizer é que não vou deixar você me controlar. Desisti da minha vida por você, completamente me dediquei a você enquanto esteve aqui. Fiz tudo por você e o que recebi em troca? Olha só essas porras de calças de moletom, vou pro trabalho nesta bagunça, me apressando para voltar para você. Eu ainda não escutei, nem mesmo uma única vez, você dizendo que gosta de mim, e que mereço seu respeito. Eu fiz o melhor para te dar, nada menos que a perfeição, e eu sei que, se eu terminar isto não terei nada mais. No fim, você continua me tratando como uma escada. É hora de pisar em cima. 
     Nunca fui bom o suficiente, você sempre esperando que eu me dobrasse em dois. Não acha que eu sou fiel? Não tive vida fora disso. Não dediquei tempo suficiente para você? Você acha que não né? Porque eu ainda estou casado com você? Sei lá, mas hoje eu te servirei com papéis. Estou me divorciando, vai casar com outro e fazê-lo famoso, tirar a liberdade dele, como fez comigo. Trate ele como se não precisasse dele, como se ele não fosse digno de você. Dê a ele a mesma merda que você me fez comer.
     Especial? Eu não me sentia especial quando estava com você. Tudo o que eu sempre senti foi esta inutilidade. Estive preso por uma puta egoísta. Me mascou e me cuspiu e cai nesta tantas vezes. É ridículo, mesmo assim não larguei o osso. Estive de saco cheio disso, mas você foi o limite máximo do meu vicio. Meus amigos me perguntam como não consegui me livrar de você antes, mas, estive viciado na dor, no estresse, no drama. Agora estou despedaçado, amaldiçoado e abençoado. E desta vez não mudarei de ideia, não voltarei mais para você, portanto, não segure a porra da sua respiração. Você, imagino que agora, saiba bem o que fez. Falei que você iria se arrepender se eu fosse embora. Dou risada enquanto você chora. Qual é a sensação? É engraçado não? Você rejeitou-me, fez o favor de ter libertado meu espirito. Eu vou escalar este precipício, e você vai gritar que sente minha falta. 
      Enfim, quando você falar sobre as pessoas que tiveram o maior significado na sua vida, não me coloque na lista, pois, apenas eu, guardei um lugar especial para você em meu coração. É triste, mas é. Contanto, estou te abandonando, minha pena foi cumprida vadia. E é só. 

Saudade -

Hoje eu senti saudade. Não que eu não sinta nos outros dias. Sinto. Mas hoje foi demais.
Não sei se foi por causa do casalzinho rindo pro nada. Ou se foi porque coloquei aquela roupa de quando nos vimos pela primeira vez. É, aquela calça preta desbotada, com a regata branca. E não foi para encontrar-te. 
Senti saudade dos seus braços enlaçando minhas noites.
Senti saudade da sua voz gostosa. De quando me chama de coisas tão nossas.
Enquanto minha mente ia ao longe, eu pensei: Eu não vejo casais como a gente. Somos completamente alucinados. Uma hora se afastando, outra hora se agarrando. Somos atípicos. 
Senti saudade de quando suas vontades dedilham minha barriga, de como minha fome consegue te despir com os dentes.
Eu sinto saudade de você. Eu sou outra contigo.
Sem você, vejo amargura em tudo. Não aquele meio amargo do chocolate. Aquele meio amargo inteiro amargo, igual café sem açúcar. Igual pessoas que não sabem dar risada de qualquer coisa. 
E diante de toda esta presença de ausência tua, ficam as perguntas: Porque você iria embora? Porque teria que acabar? Porque eu tenho que ver-me trocando carinho com alguém que não tem seu rosto? Que não tem seu cheiro? Porque não era para ser? Mas, o que não é para ser, é assim tão bonito? 
Não sei.
Já estou tentando explicar o que não se explica.
Te amo. 

- The List

- Faça uma lista de grandes amigos, que você mais via a dez anos atrás. Quantos, você ainda vê todo dia? Quantos você já não encontra mais? Faça uma lista dos sonhos que tinha. Quantos você desistiu de sonhar? Quantos amores jurados para sempre. Quantos você conseguiu preservar? Onde você ainda se reconhece, na foto passada ou no espelho de agora? Hoje é do jeito que achou que seria? Quantos amigos você jogou fora. Quantos mistérios que você sondava, quantos você conseguiu entender? Quantos defeitos sanados com o tempo. Era o melhor que havia em você? Quantas mentiras você condenava. Quantas você teve que cometer? Quantas canções que você não cantava, hoje assobia para sobreviver? Quantos segredos que você guardava, hoje são bobos, ninguém quer saber? Quantas pessoas que você amava, hoje acredita que amam você?
                   - Oswaldo Montenegro #

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Lo Ritornai dalla santissima onda. Rifatto sí, come piante Novelle. Rinovelatte di novella fronda, Puro, e disposto a salire alle stelle. - Como de planta, as folhas renovadas. Mais frescas na hástea mostram-se, mas belas. Puro saí das águas consagradas. Pronto a me alar às lúcidas estrelas. 


             Dante Alighieri

Chaieni Favato ♥

Hoje, mais uma vez, perdi-me em nossas conversas. Tantas boas, em que o tempo se desfaz assim como meu passado cretino. É hilário, contraditório, comparar estes dois momentos. Minto. Um me faz bem. Apenas um . - lhe digo, tuas palavras caem sobre mim trazendo-me a perseverança de uma felicidade. Tal qual, que já torna tudo ambíguo. Naquela noite, tu conversastes com a mais solitária, ou talvez a mais confusa. Naquela noite, eu soube que você não seria apenas quem eu via em minha mente, tu serias alguém importante. Em mim, já nascera aquele aspecto, em que você sente que alguém é muito mais. Estranho, não costumo enganar-me. Fiz de você, meu irmão. Não, não somente. Fiz de você um alguém que levarei a vida toda, em plenas escolhas e dedicações. Você é o simples ser que envolve o sorriso. Acredite, você vibra de um modo estonteante. E sabe chorar, ou se caluniar quando há de ser feito. Aquele exemplo que a irmã mais nova tem que seguir, para conquistar seus anseios. O Chai, esta sempre ali com os teus sentimentos guardados, o tipo de mistério. Sempre soube, ainda mais aquele dia, que tu és a pessoa que me passaria uma energia, e o restante, guardaria contigo. Se calaria, pensaria. Eu não estava necessitando de um corpo naquela segunda-feira, a Day estava precisando de uma alma que estivesse atônita, para somente locomover-me através dos meus medos enquanto me ouvira. 
Li, a alguns instantes, uma nota, cujo título retrata: "Suas escolhas podem fazer toda a diferença..." Escolhas que você tomou durante sua vida, e que estou tomando, agora, na minha vieram na mente.Parei no título. Refleti. Continuei. Tudo esta simplesmente exemplificado, e jogado a alguém indiretamente, alguém, que sabemos quem. Confesso, foi de grande surpresa ler algo que você tenha escrito. Não esperava, não agora. E colo aqui, a parte que lhe atribui um significado.
          - Viver e ser feliz é uma escolha. Viver e fazer alguém feliz é outra. 
         Sabemos em qual sentença você se encaixa.
E nada mais precisa ser dito. Não quando o seu confidente possui carne e osso. 
               Tu és Minha Família seu preto
  

Composition ♥

Eu estava tocando ate este exato momento 04:55. Admito não estar sentindo meus dedos, mas eu precisava arrancar esta música de dentro de mim. Não sei, estava sentindo falta das minhas composições, simplesmente cantar e sentir a melodia. A música é o modo como liberto o que já não consigo enfrentar. Eu sei, poucas pessoas entendem. 

           Não vou postar a música toda. Apenas uma parte.

Then, I'm Sufferin'      Então, eu estou sofrendo
I deserted what I had     Eu abandonei o que eu tinha
Now, I'm laughin'      Agora, eu estou rindo
and I'm here, with you.    e estou aqui, com você.

Then, I'm crying     Então, eu estou chorando
in a happy morning   em uma manhã feliz
Looking for roads that I never wanted Procurando por caminhos que eu nunca quis.

And who I'm now       E quem sou eu agora,
Looking for my way?       procurando por minha maneira?
and what would be of me      E o que seria de mim,
Without those indecisions?   sem estas indecisões?
                          [...] 

                  

01 de Dezembro

- Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um individuo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para adiante vai ser diferente. Se alguém pudesse dar-me um presente, eu gostaria que deixasse em mim aceso o sentimento de amar a vida e os seres humanos. A consciência de aprender tudo o que for ensinado pelo tempo a fora. Lembrar dos erros cometidos para que não mais se repetissem. A capacidade de escolher novos rumos. Eu gostaria que deixasse para mim, se pudessem, o respeito daquilo que é indispensável. Quando tudo faltasse, um segredo: o de buscar no interior de mim mesma a resposta e a força para buscar a saída. Passam-se dias, horas, meses, anos, amadureçam as ilusões da vida, prossiga ela sempre dividida, entre compensações e desenganos. Faça-se a carne mais envilecida, diminuam os bens, cresçam os danos. Vença o ideal de andar caminhos planos, melhor que levar tudo de vencida. Queira-se antes ventura que aventura, à medida que a têmpora embranquece, e fica tenra a fibra que era dura. Apenas, ninguém repara que é uma contagem regressiva. 
                                   Agradeço a vocês, meus queridos.
 - Carlos Drummond de Andrade
 - Mahatma Gandhi
 - Vinicius de Moraes
 - Friedrich Nietzsche 

I'm Afraid 'f what I am, and u?

- Locked in me, only.

O que seria deste curto espaço sem essas tais palavras? Diga-me? Creio que nada. O que seria de mim, sem esses tais momentos em que me vejo usufruir o significado de ambas? Ambas as palavras, quanto ao que carrego comigo. Carrego comigo não o que apenas parece. Também tenho alguns cenários trancafiados. Não descobertos por ninguém, ou quem sabe por alguém. Já debulhei filosofias por entre cada um deles, em madrugadas distintas. Recordo-me. Não esqueço facilmente. Deixo-os comigo, somente. Já sentiu-se como se houvesse a necessidade de um curto tempo para você? Sim, com certeza. O meu momento é estimulado através destas imagens encabuladas dentro de uma parte, que conhecemos como cérebro. Simples. Posso ter alguma disfunção, ou eu tenha e não queira dizer. Não sinto-me em um grau de normalidade, não, pois, não permito alguém conhecer-me da maneira como sou. Acredito que isso é bem pouco provável. Por agora, posso estar neste enigma com quem sou, ou quem eu posso vir a ser. Mas entre estes dois pontos, permaneço com o que me resta. 

A text, Relatively Short

       Meu avô, antes de morrer, disse que eu sou a pessoa mais decidida que ele já pôde ter conhecido. Em minha mente permaneceu esta afirmação, enquanto ela saía de sua boca suavemente, através de sua voz rouca. Em momento algum digo que ele esteve errado ao dizer isto, e talvez este seja o motivo de eu estar usando um Talvez. Ninguém pode viver uma vida sem uma indecisão qualquer, ou ficar fugindo de tantas delas. É certo que, é fácil você encarar as coisas com um não, ou com um sim, ao invés de ficar no meio termo. Odeio a metade. Talvez odiar seja uma palavra um tanto forte, porém é a única que me serve agora.
        Vai fazer praticamente 5 dias que eu não durmo. Não é algo normal, eu sei. Eu posso precisar de uma ajuda e não estar sabendo. Embora eu tente dormir, é como se eu pudesse ouvir ecos toda vez que eu deito. Esta falta de sono exacerbada tem mostrado para mim o quanto um ser humano pode ser indeciso perante ao que lhe trás medo. Eu quero dormir, sinto meu corpo implorando, porém não quero terminar como da ultima vez. E é nessa parte que entra a minha fragilidade. 
                 Não afirmo aqui, que entendo sobre estes dois fatores citados acima: Indecisão e Medo. Acredito que, são duas coisas que não poderemos entender completamente durante toda nossa vida. Porque somos indecisos? Ou, porque temos medo? São incertezas de um determinado tempo. Tenho irrevogavelmente a vontade de compreender, de super entender tudo o que há comigo agora. O porquê de eu não estar conseguindo chorar, o porquê de eu estar extremamente fria com pessoas que eu deveria mostrar afeto. Por estes dias, eu tenho tentado encontrar a Dayane que fazia parte de mim. 
     Não é um texto dramático ou melancólico. Eu não o fiz com este intuito. É apenas um curto relato, relativamente curto, de uma garota que tem buscado resposta através destas noites. Noites longas estas, que não deixam-me descansar.  

- Finally ☼

A minha cama agora me abraça e as lágrimas escorrem pelo rosto
Eu procuro mas não acho nada
Só encontro teu rosto, sinto teu gosto
Só ouço a tua voz... 
Tudo que eu sinto esta sendo derramado em meus lençóis...
A mágoa amarga demora para adocicar
Minhas feridas demoram para cicatrizar
O tempo não apaga
Mas eu vou te esperar
Não sei como deixar de te amar
não devo tentar
Eu fecho os olhos e respiro fundo...
Como imaginar que eu iria me apaixonar
E que tudo pode acabar como um sopro
Que bate e que leva
Agora não sei mais quem eu sou
Pra onde vou
Sem essa luz que me guiava...
Anjos não choram
Estou chorando
Não me calando
Não me cansando
Enquanto o coração acelera
E meus pés já não tocam ao chão
Quem disse que anjos não choram
por paixão?
Eu fecho os olhos e respiro fundo...
É o finalmente. 

Falling Slowly - Glen Hansard And Marketa Irglova


I don't know you
But I want you
All the more for that
Words fall through me
And always fool me
And I can't react

And games that never amount
to more than they're meant
Will play themselves out

Take this sinking boat
And point it home
We've still got time
Raise your hopeful voice
You have a choice
Tou've made it now

Falling slowly
Eyes that know me
And I can't go back
Moods that take me
and erase me
And I'm painted black

You have suffered enough
And warred with yourself
it's time that you won

Falling Slowly
Sing your melody
I'll sing along

- Virginia ♦

Virginia, bate ponto no conto de fada
E as fadas de saias apertadas dançam na calçada
Inocência adulterada
Nas esquinas encantadas, maquiagem carregada
O cliente tem razão, não é "bicho papão"
Rosas tem espinhos para enganar o coração
Sorrisos de criança em confortável ilusão

Virginia, a rua esta lhe ensinando a viver
ela tem hora marcada para se vender
Não deu tempo nem de crescer
Seu olhar aparante não é inocente
Na vida se vende pra sobreviver

Prostituta ou então garota de programa
Se reveza entre berços e camas redondas
Mas precisa e lança,
Seu olhar, o flerte, sorrisos com dentes de leite
E a fruta verde esborra a sede
Agora peitos e poses e pelos e cores no cabelo
E caras e bocas, paladares, rapazes e cenas no espelho
Escorre o suco vermelho, e o segredo?
O segredo não é segredo mais


Tudo começou quando era pequenina
Seu padrasto mandava baixar a calcinha
E fazia sua festinha particular
Virginia começou a se revoltar
O trauma invade a alma e cala o olhar
Cadê "minina"?
Foi passear no bosque e o seu lobo não vem mais pegar
Cadê "minina"?
Foi pra esquina e conheceu outras meninas
Álcool, Craque, Cola e Cocaína
Cresce e aparece na vitrine 
Cadê "minina"?
Agora adulta e velha prostituta desgastada
Disputa a calçada que já foi sua
Com novas Virginias, pois a produção continua
Ate a filha de Virginia esta nas ruas nua
no registro: Pai Desconhecido
E o dinheiro que ela ganha é para alimentar o vicio
de sua mãe Puta viciada, com a cara enrugada
Mas seu nome ainda ronda pela madrugada...

- Música ♪

A música é de Satanás, jovem maestro de muito futuro, que aprendeu no conservatório do céu. Rival de Miguel, Rafael e Gabriel, não tolerava a precedência que eles tinham na distribuição dos prêmios. Pode ser também que a música em demasia doce e mística daqueles outros condiscípulos fosse aborrecível ao seu gênio essencialmente trágico. Tramou uma rebelião que foi descoberta a tempo e ele foi expulso do conservatório. Tudo se teria passado sem mais nada, se Deus não houvesse escrito um libreto de ópera, do qual abrira mão, por entender que tal gênero de recreio era impróprio da sua eternidade. Satanás levou o manuscrito consigo para o inferno. Com o fim de mostrar que valia mais que os outros -, e acaso para reconciliar-se com o céu -, compôs a partitura, e logo que acabou foi levá-la ao Padre Eterno. 
    " - Senhor, não desaprendi as lições recebidas - disse-lhe. - Aqui tendes a partitura, escutai-a, emendai-a, fazei-a executar, e se achardes digna das alturas, admiti-me com ela a vossos pés...
    " - Não - retorquiu o Senhor -, não quero ouvir nada.
    " - Mas, Senhor...
    " - Nada! nada! "
                 Satanás suplicou ainda, sem melhor fortuno, até que Deus, cansado e cheio de misericórdia, consentiu em que a ópera fosse executada, mas fora do céu. Criou um teatro especial, este planeta, e inventou uma companhia inteira, com todas as partes, primárias e comprimárias, coros e bailarinos.
    " - Ouvi agora alguns ensaios!
    " - Não, não quero saber de ensaios. Basta-me haver composto libreto; estou pronto a dividir contigo os direitos de autor".
         Foi talvez um mal esta recusa; delas resultaram alguns desconcertos que a audiência prévia e a colaboração amiga teriam evitado. Com efeito, há lugares em que o verso vai para a direita e a música para a esquerda. Não falta quem diga que nisso mesmo está a beleza da composição, fugindo à monotonia, e assim explicam o terceto do Éden, a ária de Abel, os coros de guilhotina e da escravidão. Não é raro que os mesmos lances se reproduzam, sem razão suficiente. Certos motivos cansam à força da repetição. Também há obscuridades; o maestro abusa das massas corais, encobrindo muita vez o sentido por um mundo confuso. As partes Orquestrais são aliás tratadas com grande perícia. Tal é a opinião dos imparciais... #  
                                                     
                                                                                          Tudo é música.

-



"O meu fim evidente era atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência. Pois, Senhor, não consegui recompor o que foi nem o que fui. Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é diferente. Se só me faltassem os outros, vá; um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mas falto eu mesmo, e esta lacuna é tudo. O que aqui está é, mal comparando, semelhante à pintura que se põe na barba e nos cabelos, e que apenas conserva o hábito externo, como se diz nas autópsias; o interno não aguenta tinta. Uma certidão que me desse vinte anos de idade poderia enganar os estranhos, como todos documentos falsos, mas não a mim. Os amigos que me restam são de data recente; [...] Entretanto, vida diferente não quer dizer vida pior, é outra coisa. A certos respeitos, aquela vida antiga aparece-me despida de muitos encantos que lhe achei; mas é também exato que perdeu muito espinho que a fez molesta, e, de memória, conservo alguma recordação doce e feiticeira."
                                                        - Machado de Assis
                                                                           

- #

Eu precisei de uma noite somente, uma noite como esta para dilacerar-me. Talvez eu soubesse de tais desejos malignos que andavam escondidos. Por algumas semanas eu tenho permanecido muito neste "Talvez" inconfundível. Não compreendo o porque desta incerteza fútil que insiste em andar ao meu lado. Eu sei que parece um tanto imbecil se importar com tantas indecisões, afinal, nós, seres humanos, somos cheios delas. Porém, eu tento ter menos insegurança para com as coisas. Acordei a um momento atrás, assustada, nada normal para uma segunda-feira. - Não vou aprofundar-me no aspecto sonhoEu precisaria de uma tamanha complexidade que não se encontra em mim agora. Estou com medo, não digo sozinha. Não estou solitária, e muito menos sendo mal amada. Também não me encontro rejeitada por este mundo, apesar de eu me encontrar longe dele por vários minutos, brisando em dimensões surreais. São estas dimensões que fazem de mim o que sou. Uma pessoa por tantas vezes fria, recoberta por esta camada falsa e espectral. Antes eu agradecia muito a este outro lado da minha realidade. Hoje, eu já não sei o que pensar sobre estas feridas presentes em lugares terminantemente não vistos. Vou dizer a elas para tentarem uma cicatrização contínua, uma vez mais. Só para eu poder dormir em paz. 

- Tears ' ♥

         As conexões concebidas através do tempo não se desmancham simplesmente. Eu gostaria que elas se difundissem através das lágrimas que ainda escorrem por entre meu rosto. Estas lágrimas que insistem em cair. Confesso, não é tanto minha culpa, não mais. Talvez as dores estejam tentando se comunicar, e eu não queira escutá-las. Mas são tantas questões sendo formuladas na minha mente, tantas sem respostas, que prefiro jogar toda essa confusão de lado e continuar amando. 
                   Embora o amor traga lágrimas, estas são imparciais comparadas com aquelas trazidas pelo sofrimento de um passado terrível. Para isso, precisariam conhecer a minha história, só que não quero contar a mais ninguém. Apenas a ela, e isto basta. Não sinto uma necessidade forte em sair declarando-a por entre palavras abestadas às 20:12. Estou aqui, escrevendo, somente por escrever, para mostrar algum afeto a estas palavras que gostam de um companheirismo amigável. Não estou tentando ser fortemente objetiva. Não, este não é meu interesse. Só que também não desejo cair nas tentações destes cortes. Metaforicamente dizendo. Vou terminar esta noite lembrando-me do meu amor, sentindo-a um pouco mais. Um pouco do que resta deste final de semana cruel e massacrante. Sim, também preciso rir. Lágrimas viraram pó. Por hoje. Apenas. 
  

- 2

Gandhi dizia que tudo o que você fizer na sua vida será insignificante. Mas que é muito importante fazer. Bom, concordo com a primeira parte. Falando nele, lembro da minha fixação pelo número 2, 22, 222... ' # Gandhi, aos 22 tinha três filhos. Mozart, trinta sinfonias e Buddy Holly estava morto.
O número 2 cria um perfil para mim, um perfil idealizado.
                Observo atentamente as coisas a minha volta com atenção. E embora eu movimente em meu cotidiano, nunca estou inteiramente aqui. Minha mente esta ligada em outro lugar. Não acredito que a vida se resuma em trabalhar, ganhar dinheiro, namorar, casar e constituir família. Tudo tem um sentido maior, e busco filosofias que respondem estas questões existenciais, como: Porque estamos aqui? Qual meu lugar no universo?
                Sinto-me as vezes em uma melancolia profunda. Vejo pessoas brigando por coisas mesquinhas e sei que a vida não deveria se reduzir a isto, o ser humano poderia viver de uma maneira mais digna. Ou não. Não gosto de ser enquadrada em rótulos, meus pensamentos não se encaixam nos parâmetros sociais. Meu foco esta nos valores subjetivos e acabo muitas vezes não dando importância as coisas, ate mesmo pessoas. Mas chega de falar de mim.
                Volto aqui ao numero 22. O número que para mim retrata a decisão. O simples sim ou não de determinadas situações pelos quais eu convivo. Não gosto do meio a meio.  Não sei, é como se este numero fosse o ápice, de uma união do espírito e da matéria, independente e auto-suficiente. Ele que é meu número de chamada, ele que fez-me ganhar dois bingos, e um ovo da páscoa em sorteio apesar de eu não comer chocolate. Ele foi o número de uma questão que eu acertei, que eu necessitava acertar para passar para segunda fase na Olimpíada. O número 22 foi a quantidade de cartas que recebi da minha melhor amiga, que nunca mais pude ver. Este foi o número que meu avó me deu de presente antes de morrer... Enfim, 2 é o meu número. Depois de tudo isto, não duvido. 

Again -

O meu sonho, como me mostra os seres diferentes do que são. O mistério? O olhar... todo o universo esta nele, já que ele o vê, já que ele o reflete. Contém o universo, as coisas e os seres, as florestas e os oceanos... e nele há ainda algo a mais, a alma, há o homem que pensa, o homem que ama, o homem que ri, o homem que sofre! sim, a alma tem a cor do olhar.
       O olhar de quem nos ama, pense nele! Bebe a vida aparente para alimentar o pensamento. Beber o mundo, a cor, o movimento, os livros, os quadros, tudo o que é belo e o que é feio, e transforma tudo isso em idéias. E quando nos olha, dá-nos a sensação de uma felicidade que não é desta terra. Faz-nos pressentir o que sempre ignoramos, faz-os compreender que as realidades dos nossos sonhos não passam de miseráveis restos. 

07:21

Porque somente as flores cheiram tão bem, as grandes flores deslumbrantes ou pálidas, cujos tons, cujas nuances agitam o meu coração e perturbam os meus olhos? São tão belas, de estruturas tão finas, variadas e sensuais, entre-abertas como órgãos, mais tentadoras do que bocas e côncavas com lábios curvados, dentados, carnudos, pulverizados por uma semente de vida que, em casa uma, engendra um perfume diferente.
        São as únicas no mundo que se reproduzem sozinhas, sem nódoa para a sua inviolável raça, exalando ao redor o incenso divino do seu amor, o suor aromático de suas caricias, a essência de seus corpos ornados com todas as graças, elegâncias e formas, que têm o esplendor de todas as colorações e a sedução inebriante de todos os perfumes... 

The Lovely Bones





Lembro de quando eu era bem pequena. Tão pequena que mal dava para olhar por cima da mesa. Havia um globo de neve. E eu me lembro do pinguim que vivia dentro do globo. Ele estava sozinho lá dentro e eu ficava preocupada. 

Lembro de quando ganhei uma câmera de aniversário. Adorava como as fotos capturavam os momentos antes que acabassem. Era isso que eu queria ser: uma fotografa da vida selvagem. Imaginava que quando fosse maior, observaria elefantes e rinocerontes. Mas por enquanto me contentava com a Grace Tarking. 

São estranhas as lembranças que guardamos. Lembro de ir com o papai no sumidouro da fazenda dos Connors. Era fascinante como a terra podia engolir as coisas. E me lembro da menina que morava lá, Ruth Connors. O pessoa da nossa escola dizia que ela era esquisita. Mas agora sei que ela via coisas que os outros não viam. 

E me lembro da pior coisa que aconteceu a nossa família.O dia em que meu irmão caçula parou de respirar. E me lembro do brilho nos olhos do meu pai, o alivio. Não eramos essas pessoas sem sorte, para quem acontecem coisas ruins sem motivo nenhum.

A vovó previu que eu teria uma vida longa e feliz por salvar meu irmão. E como sempre a vovó Lynn estava errada. 

Meu sobrenome é Salmon, salmão, igual ao peixe. Meu nome, Susie. Tinha 14 anos, quando fui assassinada, em 6 de dezembro de 1973. Foi antes de colocarem fotos de crianças desaparecidas em caixas de leite e nos noticiários. Quando as pessoas acreditavam que essas coisas não aconteciam. 

Eu não estava segura, um homem do meu bairro estava me observando. Se eu não tivesse desatenta teria percebido que havia algo errado, porque esse tipo de coisa me dá arrepios. Mas estava muito ocupada pensando nos cílios enormes do Ray Singh. Tinha contado cada um deles na biblioteca, enquanto ele lia Abelardo e Heloisa, a mais seria tragédia de amor que já existiu. 

Não foi o senhor O'Dwyer, apesar dele parecer meio suspeito. O senhor O'Dwyer nunca machucou ninguém. A própria filha do senhor O'Dwyer morreu um ano e meio antes de mim. Ela tinha leucemia. Mas nunca a vi no meu céu. 

Meu assassino era um homem do nosso bairro. Tirei uma foto dele falando com meus pais sobre as flores do canteiro. Ia fotografar os arbustos e ele entrou. Ele apareceu do nada e estragou a foto. Ele estragou muitas coisas. 

Eu estava deslizando. Era isso que eu sentia. A vida estava me deixando. Mas não estava com medo. Então lembrei, que havia uma coisa que eu tinha que fazer. Um lugar em que eu tinha que estar.

A Holly disse que havia um céu maior que tudo que conhecíamos. Onde não havia milharal, nem lembranças. Nem túmulo. Mas eu ainda não estava olhando além. Eu ainda estava olhando para trás. 

Meu assassino começou a se sentir seguro. Ele sabia que as pessoas queriam prosseguir. Elas precisavam esquecer. Ele adorou esse pensamento. Ninguém estava olhando pra ele.Mas havia uma coisa que meu assassino não entendia. Ele não entendia o quanto um pai podia amar sua filha. Eu ainda estava com ele.

Eu não estava perdida, nem congelada, nem tinha partido. Eu estava viva, eu estava viva no meu mundo perfeito. 

Eu estava no horizonte azul, entre o céu e a terra. Os dias não mudavam. E toda noite eu tinha o mesmo sonho. O cheiro da terra úmida. O grito que ninguém ouvia. O som do meu coração batendo como um martelo debaixo da roupa. E depois os ouvia chamando. As vozes dos mortos. Eu queria segui-las.Para achar uma saída. Mas eu acabava sempre voltando para a mesma porta. E eu estava com medo. Sabia que se eu fosse lá, nunca mais sairia. 

O meu assassino podia reviver um momento por muito tempo. E ficava se alimentando da mesma lembrança. Ele era um animal, sem rosto. Infinito. Mas depois ele ia sentir, o vazio voltando. E a necessidade surgiria dentro dele de novo. 

Quando chegou o verão, ele percebeu que os namorados entravam no milharal. E começou a segui-los e a observar. 

Minha mãe foi o mais longe que conseguiu. Ela achou um trabalho em um pequeno pomar em Santa Rosa. Era um trabalho pesado, mas ela não se importava. Se alguém perguntava, ela dizia que tinha dois filhos.

E a Lindsey, que sempre disse que não acreditava em amor. Acabou encontrando-o.E aí estava, o momento que eu nunca teria. Minha irmã passou na minha frente. Ela estava crescendo. 

Eu ia sempre observar o Ray. Eu ficava no ar, em volta dele. Eu estava nas manhãs frias que ele passava com Ruth Connors. Aquela garota estranha e sobrenatural que aceitou facilmente a presença dos mortos entre os vivos. E, as vezes, o Ray pensava em mim. Mas ele começou a questionar, se já era hora de por essa lembrança de lado. Talvez fosse hora de me deixar partir. 

Um assassinato muda tudo. Quando era viva, nunca odiei ninguém. Mas agora o ódio era tudo que eu tinha. 

Ali eu soube que ele nunca desistiria de mim. Ele nunca me veria como uma morta. Eu era a filha dele. E ele era meu pai. E ele tinha me amado o máximo que podia. Eu tinha que deixa-lo ir. 

Sophie Cichetti. Pensilvânia. 1960. A proprietária da casa onde ele morou.
Jackie Meyer. Delaware. 1967. Tinha acabado de fazer 13 anos. Seu corpo foi achado numa vala ao lado da estrada.
Leah Fox. Delaware. 1969. Já estava morta quando ele afundou seu corpo no rio.
Lana Johnson. 1960. Condado de Bucks, Pensilvânia. Ele a atraiu ate uma cabana que ele havia construído.Ela foi a mais jovem, tinha 6 anos.
Flora Hernandez. Delaware. 1963. Ele só queria tocá-la, mas ela gritou. 
Denise Lee Ang. Connecticut. 1961. 13 anos. Estava esperando o pai fechar a loja quando desapareceu. Denise Lee Ang, que, ás vezes, gostava de ser chamado de Holly. 
Susie Salmon. 14 anos. Norristown, Pensilvânia. 1973. Assassinada num quartinho que ele construiu debaixo da terra. 

Eram esses os restos angelicais que tinham nascido na minha ausência. As conexões, as vezes, tênues, as vezes criadas com muito custo, mas com frequência magnificas que aconteceram depois de eu morrer. E eu comecei a ver as coisas de um jeito, que me permitia conceber o mundo sem mim. 

Quando minha mãe entrou no meu quarto, percebi que esse tempo todo eu estava esperando por ela. Eu esperei muito. Estava com medo que ela não viesse. 

       Ninguém percebe quando a gente vai embora. Quero dizer, o momento quando realmente decidimos partir. No máximo, podem sentir um sussurro ou a onde de um sussurro indo pra baixo. 

Meu sobrenome é Salmon, Salmão, igual ao peixe. Meu nome, Susie. Tinha 14 anos quando fui assassinada, em 6 de dezembro de 1973. Eu estive aqui por um momento e depois parti.  

     Desejo a vocês, uma vida longa e feliz.  

     

Pensamento rápido -


Não posso dizer que ainda não sofro. E estou cansada de me ver repetindo esta mesma frase. Eu queria poder mudá-la, queria poder mudar estes pensamentos angustiantes que me atormentam em minhas manhãs sem dormir. São poucas as pessoas que podem me entender, são poucas as pessoas que se sentem realmente sozinhas, sem ninguém por elas. O ruim de sermos assim? Quando nos apaixonamos, caímos totalmente dentro daquele pensamento imbecil que toma conta. Nós sentimos que estamos amando. Mas no fim, terminamos chorando por ficarmos em duvidas sobre o pensamento da outra pessoa. Eu já disse, a Day é desprezível, calculista e perfeccionista. Mas no fundo, ela e mais um monte de pessoas sabem que seu coração é frágil. E isso, de certa forma, é assustador pra ela.  

Decadência -

Nós devíamos enxergar ao que está a nossa frente. A nossa civilização está caindo, ela começa a decair a partir do momento em que a vida começa a ser uma obsessão. O ser humano, é o tolo da história. Vivemos felizes com o que criamos, com o que preservamos e idolatramos. Tudo tão simples. A afetividade nos domina, nos preenche. Enfim, não há recurso sem o sentimento. Nossa decadência é composta por duas modalidades: a sensação e a ideia. São através das sensações que nos entregamos ao mundo dos valores, são as idéias que nos permite um nada abstrato, em transformar conceitos em mitos. 
           Hoje em dia, as massas só manejam categorias vazias. Os mitos tornam-se novamente conceitos: a decadência. E as consequências se fazem sentir. Alcançou a delicadeza; mas não é estupidez daqueles que realizam as obras das grandes épocas?
        Quando uma sociedade, espreita sensações raras, chegamos a uma superioridade fatal. A decadência, é apenas ação da consciência. Um povo está prestes a morrer quando já não se tem forças para inventar. No fim das contas, os ídolos empalidecem, desaparecem e viram monstros desconhecidos. Também isto é a decadência. Mas se um desses monstros o vence, outro mundo se põe em movimento, rude, obscuro, intolerante ate que esgota seu Deus e se liberta dele. Pois eu acredito que o homem só é livre, quando seus Deuses miseráveis morrem. Somos eternos escravos. 

23:38

Eu resolvi mudar um pouco da minha vida cotidiana. Eu decidi rir, decidi curtir coisas que nunca imaginei que pudesse estar ao meu alcance. Compartilhei momentos, recordei momentos, revi pessoas. Tudo parecia tão irreal. Mas os pensamentos sempre voltam ao inicio. Agora a Day se vê, deitada no quarto ao lado, sem nenhum pensamento coerente. Ela volta em tudo que ela conseguiu viver, em tão pouco tempo. Ilusões, que daqui algumas horas serão águas passadas. Vou sair deste lugar, nunca mais querendo voltar. Vou ir para um lugar, onde eu não quero chegar. Como eu queria ficar no meio, ali, parada. Esses flashes que minha mente se torna, parece que são pequenas armadilhas que meu coração me dá. Quando é que vou me sentir realmente bem? No ponto máximo, perto de uma história feliz? Felicidade é uma estatística. No fim das contas, a Day termina naquele mesmo cenário, na frente da lareira, com uma bebida de sua preferência, e pra enfeitar, um pequeno livro da Agatha C. Talvez seja a hora da Day partir, mas ela nunca poderia imaginar. 
Será que você sempre pensa em mim?
Em algum lugar, no seu mundo?
As memórias parecem me rasgar, me fazem chorar
A única que vai sempre te esperar
Para tudo o que vai ser.


Eu te amo agora
Eu te odeio agora
E sei que vou sentir sua falta quando você me deixar
Todas as vezes que rimos
As cicatrizes que você vai deixar
Sei que vou sentir sua falta mais que tudo 


Ao lado da água
A grama grande onde eu descanso quando penso
As noites que eu choro pra dormir
E no mês de julho, irei lembrar
Vou surtar de alguma forma
Lembrar de tudo o que falamos
e de todos os sonhos que desejei para nós


Te imagino em um lugar
Sem nenhum cuidado
Sozinho como eu
Naquela mesma sintonia que me faz vibrar...

I'm afraid ;x

                 - Eu já pensei em explicar sobre o medo, ou pelo menos tentar. Eu diria que talvez os tenhamos para mostrar para nós mesmos que no final das contas somos seres humanos. Só pense em como os humanos seriam não tendo medo de nada, não teríamos motivos para ultrapassar o que nos aflige. Creio que não teríamos desafios, não teríamos o tão desejado calafrio nos momentos de nervoso, e isso me faz enxergar uma sociedade tão monótona.
                  O medo por incrível que pareça pode mudar tantas coisas. Isso me faz chegar a conclusão de que ele nos transforma. Não acredito que sejam os pensamentos bons, os acontecimentos felizes que nos movimenta. Atrás do que todo mundo pensa, há sempre uma verdade. Talvez essa verdade sejam nossas lágrimas, causadas pelas dores e pelo medo de não conseguir superar essas dores. 
                        Quando não conseguimos, não vamos estar na mesma sintonia que os outros, tudo vai estar interligado na sua mente. O mundo dos humanos não é o mesmo que o teu, pois você está em uma dimensão maior, passou para uma fase estranha.
               Se você consegue superar, você tenta se olhar no espelho e procurar em você a guerreira que todo mundo diz, mas tudo o que você vê em seus olhos são ramificações do passado, marcas que só você enxerga.
         Eu sei, eu entendo, é difícil compreender que o medo causa tanta reviravolta na minha mente. E antes que e me esqueça, tenho medo do escuro, não gosto do vácuo, ele me leva para muitos lugares que não quero estar. E torce, e retorce o pouco de força que ainda me resta.  

.-.

Vi este perseguir tal meta e aquele tal outra, vi os homens fascinados por objetos díspares, sob o encanto de projetos e de senhos ao mesmo tempo vis e indefiníveis. Analisando cada caso isoladamente para descobrir as razões de tanto fervor desperdiçado, compreendi o sem-sentido de todo festo e de todo esforço. Existe uma só vida que não esteja impregnada dos erros que fazem viver? Existe só uma vida clara, transparente, sem raízes humilhantes, sem motivos inventados, sem os mitos surgidos dos desejos? Onde está o ato puro de toda utilidade:  sol que abomine a incandescência, anjo que um universo sem pé, ou verme ocioso em um mundo abandonado à imortalidade? Quis defender-,e contra todos os homens, reagir contra sua loucura, descobrir sua orgiem; escutei, vi e tive medo. Medo de agir pelo mesmos motivos ou por qualquer outro motivo, de crer nos mesmo fantasmas ou em qualquer outro fantasma, de deixar-me afogar pelas mesmas embriaguezes ou por qualquer outra embriaguez; medo, emfim, de delirar em comum e de expirar em uma multidão de êxtase. Eu sabia que ao separar-me de uma pessoa despojara-me de um erro, que estava pobre da ilusão que lhe deixava...
          Suas palavras febris o revelavam prisioneiro de uma evidência absoluta para ela e irrisória para mim; ao contato de seu absurdo, despojava-me do meu... A quem aderir sem o sentimento de enganar-se e sem erubescer? Só pode justificar-se aquele que pratica, com plena consciência, o disparate necessário para qualquer ato, e que não embeleza com nenhum sonho a ficção a que se entrega, do mesmo que só se pode admirar um herói que morre sem convicção, tanto mais disposto ao sacrifício quanto entreviu seu fundo.
               Quanto aos amantes, seriam odiosos se no meio de suas caretas o pressentimento de morte não os roçasse. É perturbador pensar que levamos para o tumulo nosso segredo - nossa ilusão - que não sobrevivemos ao erro que vivificava nosso alento, que excetuando as prostitutas e os céticos todos se perdem na mentira, porque não adivinham a equivalência, na nulidade, das volúpias e das verdades. 
               Quis suprimir em mim as razões que os homens invocam para existir e para agir. Quis tornar-me invisivelmente normal - e eis - me aqui, sabendo o quanto os normais são tão idiotas e vazios.  

13:10

O meu sonho, como me mostra os seres diferentes do que são. O mistério? O olhar... Todo o universo esta nele, já que ele o vê, já que ele o reflete. Contém o universo, as coisas e os seres, as florestas e os oceanos... e nele há ainda algo a mais, a alma, há o que o homem pensa, o homem que ama, o homem que ri, o homem que sofre! Sim, a alma tem a cor do olhar.
           O olhar de quem nos ama, pensem nele! Bebe a vida aparente para alimentar o pensamento. Bebe o mundo, a cor, o movimento, os livros, os quadros, tudo o que é belo e o que é feio, e transforma tudo isso em idéias. E quando nos olha, dar-nos a sensação de uma felicidade que não é desta terra. faz-nos presentes o que sempre ignoramos! Faz-nos compreender que as realidade dos nossos sonhos não passam de miseráveis restos. 

André Luis de Oliveira Pena

Eu achei que uma palavra fosse aparecer, para eu poder o simplificar sem precisar de gestos, já que elas são tudo o que me resta. Quando li a poesia, eu soube que fosse pra mim e me emocionei.  



Estou apavorado,
Trêmulo,atordoado.
Não sei da onde vem o medo,
Não sei da onde brotam os pensamentos,
Não sei como abalaste meus sentimentos
Não sei...
O veneno mais doce ,
Prefiro a morte,do que passar a vida sem provar a gota
Que escorre afoita,a congelar a alma a doer o peito.
Preciso de algo,de alguem que nem sei quem
Fez de mim escravo do amor
E hoje sou teu servo,por toda uma eternidade
Misteriosa,não há como desvendar teus enigmas.
A mais pura rosa,
Não sente remorso por ter me aplicado tal veneno?
Será que não sabes que a cada dia isso me mata por dentro?
Sim... ela sabe. e lhe agrada.
Minha mente é um abrigo de memorias
Vivendo com ela,perfeitas historias
Que não passam de pensamentos...
Não posso tocar o alvo dos meus desejos
E sei que sozinho sofro.
Sei que por mim nada sente .
Mas passei a amar-te assim,de repente
Comparo isso a um terremoto.
De repente chega,surpreende
E os destroços,estão no meu peito.
Que sangra,que ferve,que morre com este veneno.
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