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Os olhos da alma ♦

As energias da alma são como os olhos da mente, e os axiomas e verdades das ciências assemelham-se aos objetos, ilustrados pelo sol para que possam ser vistos como a terra e tudo o que é terreno. Não é a mesma coisa ter olhos e ter uma visão, nem visar e ver. Logo a alma necessita de três coisas. Ter olhos, visar, e ver. Os olhos são pretextos para a mente pura de toda manifestação corporal, isto é, distante e limpa do impulso instintivo das coisas corruptíveis. E isto principalmente é obtido com a fé, porque nada se esforçará para conseguir a sanidade dos olhos, se não imaginarmos indispensável para o ver, àquilo que não pode se mostrar por encontrar-se infectado e débil. E, acreditando que realmente, sanando esta enfermidade alcançar-se-á a visão, a falta de esperança em desfrutar da saúde, não seria uma verdade que todo o remédio será recusado, resistindo-se às recomendações médicas? A razão é a visada da alma, mas como nem tudo que visa, vê, a boa e perfeita visada, seguida da visão, se chama virtude, que é a reta e perfeita razão. Contudo a mesma visada dos olhos não pode voltar-se à luz se não possuir as três virtudes: a fé, crendo que na visão do objeto a visar está a sua felicidade; a esperança, confiando que o verá se visou muito bem; a caridade, querendo contemplá-la e dela sentindo prazer. A visão é um ato intelectual que se verifica na alma como resultado da união do entendimento e do ente conhecido, o mesmo que para a visão ocular concorrem o sentido e o objeto visível e nenhum deles se pode eliminar sob pena de se anular a própria visão. 
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