Páginas

Nem tudo Brilha »

Havia uma garota e seu ursinho de pelúcia. O escuro. A noite e a casa perdida por entre o cais. Um armazen abandonado. Seu nome ninguém sabe. Seus olhos ja nao brilham com a mesma intensidade das estrelas que sao vistas através do compartimento sem teto.
Sozinha. Ela esta sozinha com seu ursinho de pelúcia chamado Pebles. O nome dele eu sei. Porque pode ser o nome que eu quiser.
Mas ela é especial.
Para ela nao consigo indicar um substantivo próprio. Ela é a garota especial por estar enfrentando a noite com seus cabelos maltratados e boca rosada.
Ela esta se escondendo de algo.
De alguém.
De alguém que esta se aproximando com passos largos, sapatos pretos condensados. É um homem pelo soar da voz a gritar. Pelo cheiro forte que a brisa das ondas do mar sondavam.
Um homem com uma capa escura. Nao preta. Mas escura. Um escuro que nao se pode definir quando se esta pela noite.
Mas preto nao é. O brilho da lua ao bater confirma.
Ele quer encontra-la.
Nao para fazer o bem e dizer que tudo vai passar. Ele a quer como um homem deseja uma mulher. Quer seu corpo. Seu cheiro. Acariciar seus cabelos castanhos maltratados.
Ele apenas a chama como se ela fosse sua menina.
Ela nao quer ser encontrada. Desejada. Ela nao quer chorar, nao quer que ele sinta sua respiraçao grave e odiosa. Ela nao pode correr, nao terá onde se esconder.
O mar parece seguro.
Ela foi pega. Puxada pelos cabelos ate um lugar distante. Ela grita mas ninguem vai ouvi-la. Nao naquele lugar fantasmagorico.
O homem quer o seu pior.
O homem tambem quer o seu melhor. Possui-la. Desmembra-la. Sussurrar em seu ouvido as maldades do depois.
Ela grita. Se contorce e tenta fugir socando-o, na tentativa falha de escapar. Mas ele é forte. Ele é forte e a quer.
Ele rasga a sua roupa, tapa sua boca e beija seus seios pequenos. Ela ainda se contorce, mas ele mantem suas maos e seus pés presos agora.
Indefesa. E sem o Pebles.
Ele penetra forçadamente seu orgao, e ela tenta gritar. Ela quer sair.
Lagrimas derretem a areia.
Ela sabe que é o seu fim.
Se encontra dolorida pelas marcas do sexo bruto.
Ainda nao acabou.
Suavamente de seu bolso esquerdo o monstruoso homem, demonio caracteristico, retira um canivete. O estrago.
Penetra-o em sua barriga. Varias partes dela. A garota ainda chora, ate o ultimo suspiro.
A vida ja nao existe mais. Nao foi concebida a ela. Se foi.
Permaneceu sozinha. Sem o Pebles. Sem o brilho das estrelas. Somente o sangue, cada gota.
Daniela. Este é seu nome.
Ela ja nao é especial.
Ela esta morta.

Nenhum comentário

Postar um comentário

Layout por Maryana Sales - Tecnologia Blogger