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- Avô

Eu já pude ter o amado. O amado tanto a ponto de seguir fervorosamente todos os teus conselhos. Eu não queria que ele sobrevivesse, eu confesso. Não pude ter aceitado as friezas de suas vitórias, e as poucas verdades que já pôde ter me dito. Sim, eu descobri. Sempre tive uma ligação com este, assim como eu tinha com o meu outro avô já falecido. Mas um toque, um sonho, mostrou-me coisas que fizeram-me desabar. Não consigo olha-lo sem sentir pena. Não, ódio não. Pois sei que pessoas magoam as outras, e com ele nada podia ser diferente. Triste, mas é. Sempre mantive o que tenho de insegurança em um ponto: confiança. Entreguei meu companheirismo a todas as tuas histórias, e permaneci com os olhos chamuscados por cada aprendizado que eu recebi. Mas agora, já não servem de nada, pois quando você crê que alguém não vale a pena, nada que parte desta pessoa também não vai valer. Sinto meu coração cada vez mais apodrecido. Sinto a confiança que busco nas pessoas sendo desvalorizada e desperdiçada por mim. E o que restará? Mais uma vez os vestígios de um passado onde joguei tudo fora? Não. Eu digo não para 
isso. Não peço sua morte, não peço sua vida. Quero que ele consiga viver de agora em diante com tudo o que ele conseguiu neste período. E que sua mente o condene. 

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